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A arte de aprender com os próprios erros: a chave para o desenvolvimento pessoal

A vida é uma jornada de aprendizado constante, um processo de descoberta e autoaperfeiçoamento. Cometer erros faz parte desse caminho, fornecendo lições preciosas que nos ajudam a crescer e a evoluir como indivíduos. Vamos explorar a arte de aprender com nossos erros e como esse processo é fundamental para o desenvolvimento pessoal.


O que você lerá neste artigo

 
 

Por que os erros são importantes?


O primeiro passo para aprender com nossos erros é entender a importância deles. A psicologia sugere que erros e fracassos são essenciais para o aprendizado. De acordo com um estudo de 2011 publicado no Journal of Experimental Psychology [1], a capacidade de aprender com os erros está diretamente ligada à nossa capacidade de sucesso futuro.


Erros podem ser vistos como experimentos que fornecem dados. Eles nos mostram o que não funciona, permitindo-nos refinar nossas abordagens e experimentar novas estratégias. Isso está alinhado com a Teoria da Autodeterminação, que sustenta que a motivação intrínseca - aprender e crescer a partir de experiências autônomas, incluindo erros - é vital para o desenvolvimento humano [2].


Aprendendo a aceitar seus erros

Mulher pensativa.
Aprender com os erros é tirar proveito da nossa condição de errante.

Para aprender com nossos erros, devemos primeiro aceitá-los. A autocompaixão desempenha um papel crucial nesse processo. Kristin Neff, uma das principais pesquisadoras em autocompaixão, sugere que a capacidade de ser gentil conosco mesmo em momentos de falha ou dificuldade pode ser um fator de resiliência que nos ajuda a lidar com erros [3].


A aceitação também envolve a mudança de perspectiva. Erros não são falhas pessoais, mas oportunidades de crescimento. Como Thomas Edison disse uma vez: "Eu não falhei. Eu apenas encontrei 10.000 maneiras que não funcionam."

Em meu livro 10 receitas para uma vida melhor, publicado em 2020, você encontrará diversas reflexões como essa de Thomas Edison, capazes de, se postas em prática, proporcionarem avanços monumentais no progresso de sua jornada de crescimento pessoal.


Transformando erros em oportunidades

Mulher sorrindo enquanto toma café e olha o seu tablet.
Os erros não são estradas sem saída, mas pontes para novas oportunidades: cada falha é um degrau a mais na escada do seu sucesso.

Erros podem ser transformados em oportunidades de aprendizado através da reflexão e análise. Isso envolve fazer perguntas como: O que deu errado? O que poderia ter sido feito de forma diferente? O que posso aprender com essa experiência?


Essa prática é respaldada pela pesquisa sobre aprendizado experiencial de David Kolb, que defende um processo cíclico de aprendizado que envolve fazer (experiência concreta), refletir (observação reflexiva), pensar (abstração conceitual) e aplicar (experimentação ativa) [4].


Arquitetos de Vidas, de minha autoria, publicado em 2021, traz uma mentoria completa de como se tornar um realizador de sonhos, aproveitando as oportunidades que surgirem, mesmo que elas nasçam de erros cometidos.


Implementando o aprendizado

Depois de identificar as lições aprendidas com os erros, o próximo passo é implementar esse aprendizado. Isso pode envolver a configuração de metas, a adoção de novas estratégias ou a mudança de comportamento.


A teoria do estabelecimento de metas de Locke e Latham sugere que definir metas específicas e desafiadoras pode levar a um maior desempenho [5]. Portanto, transformar o aprendizado de erros em metas tangíveis pode ser um meio eficaz de implementar o aprendizado.


Conclusão

 

Aprender com nossos erros não é apenas uma habilidade valiosa, mas também uma arte que pode ser aperfeiçoada com a prática. Cometer erros é parte integrante da experiência humana. Eles não são barreiras ao sucesso, mas sim, pontes que nos levam ao crescimento e ao autodesenvolvimento.


Errar pode causar sentimentos desconfortáveis, como vergonha e arrependimento, mas é através da aceitação desses sentimentos e do entendimento dos erros como oportunidades de aprendizado que conseguimos avançar. Ao adotar uma mentalidade de crescimento, como sugerido pela psicóloga Carol Dweck [6], encaramos os erros como desafios a serem superados, em vez de reflexos de nossas capacidades.


Por último, mas não menos importante, é importante lembrar que, embora possamos aprender com nossos erros, também devemos celebrar nossas conquistas. É no equilíbrio entre aprender com os erros e reconhecer o sucesso que encontramos a verdadeira melhoria e a autorrealização.


Em resumo, a arte de aprender com nossos erros envolve aceitação, reflexão, implementação de aprendizados e celebração de sucessos. Ao dominar essa arte, abrimos caminho para um autodesenvolvimento contínuo e significativo.


Até o nosso próximo encontro.

Robison Sá


Referências

 

[1] Hattie, J. & Timperley, H. (2007). The Power of Feedback. Review of Educational Research. 77.


[2] Deci, E. L., & Ryan, R. M. (1985). The general causality orientations scale: Self-determination in personality. Journal of research in personality, 19(2), 109-134.


[3] Neff, K. D. (2003). The Development and Validation of a Scale to Measure Self-Compassion. Self and Identity, 2(3), 223–250.


[4] Kolb, D. A. (1984). Experiential Learning: Experience as The Source of Learning and Development. Prentice-Hall.


[5] Locke, E. A., & Latham, G. P. (2002). Building a practically useful theory of goal setting and task motivation: A 35-year odyssey. American Psychologist, 57, 705-717.


[6] Dweck, C. S. (2006). Mindset: The new psychology of success. Random House.


Em Português:


[1] Narciso, I., & Costa, M. E. (2009). 'A importância do erro no processo de aprendizagem'. Revista Portuguesa de Pedagogia, (1), 331-351.


[2] Deci, E. L., & Ryan, R. M. (2008). 'Autodeterminação na Teoria da Motivação Humana'. Ciências & Cognição, 13(1), 52-61.


[3] Neff, K. D. (2003). 'Desenvolvimento e validação de uma escala para medir a autocompaixão'. Psicologia e Psicoterapia, 10(2), 89–101.


[4] Zanella, L. (2004). 'Aprendizagem baseada em experiências: uma discussão sobre a teoria de David Kolb'. Revista de Educação PUC-Campinas, 9(1), 77-84.


[5] Latham, G. P., & Locke, E. A. (2007). 'Novas direções na teoria do estabelecimento de metas'. Gestão e Planejamento, 8(1), 3-19.


[6] Dweck, C. S. (2017). 'Mindset: A nova psicologia do sucesso'. Editora Objetiva.

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