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Substitua o Tédio pelo Ócio Criativo

Atualizado: 7 de jun. de 2020

Há algum tempo, escrevi uma reflexão que dizia:


Tédio é a agonia de passar um tempo consigo mesmo”.

Robison Sá | Meus Devaneios


Não é novidade ouvirmos, diariamente, frases como “Aff, que tédio, essa vida”! “Não há nada para fazer”. “Alguém me tira do tédio”? As pessoas se habituaram à uma vida de correria, de ocupação total do tempo, a ponto de não aguentarem alguns minutos ociosos. Para evitar o tempo livre, embrenham-se nas redes sociais, assistem aos mais variados vídeos no Youtube, visualizam status e stories, “folheiam” as páginas do Facebook e percorrem cada post do Instagram.


O ser humano tem tapado os buracos do tempo e corrido para o mais longe possível de si mesmo. Alguns minutos em silêncio, sozinho, sem coisas para fazer, e o tédio ataca. Deixa-se de observar, contudo, que quanto mais se preenche o tempo ocioso, menos espaços para a criação restarão. Os grandes pensamentos filosóficos, a criação de grandes poemas, obras de arte e muitas descobertas científicas foram concebidas no ócio. É preciso tempo para pensar, para refletir, para inventar, para inovar. Há, em todo o mundo, um movimento crescente em busca da aquisição de tempo ocioso justamente sob a prerrogativa da criatividade. Se retirarmos o tempo livre das pessoas, poderemos estar condenando o mundo ao bloqueio do progresso ou, ainda pior, o empurrando ao regresso lento, mas constante.


O ócio também é espaço para reflexão, para o autoconhecimento, para a resolução de problemas pessoais e para pensar alternativas que contribuam para a auto evolução. Nesses momentos, podemos mergulhar em Devaneios, contemplando a vida em sua essência, enxergando cada detalhe das nebulosas cenas do cotidiano, aprendendo com elas.


Não se pode deixar de lado, também, as maravilhas recreativas que podem ser produzidas nesses momentos, seja para passear em parques com um filho, sentar no banco da praça com uma boa amiga, assistir ao pôr-do-sol com o esposo ou namorado, ver documentários de qualidade, ler um bom livro, tomar sorvete etc.


O cérebro humano não é multitarefa, como os computadores modernos. Apesar de fazermos muita coisa ao mesmo tempo, o que ocorre é uma priorização de algumas tarefas, enquanto outras são postas em segundo plano. Daí a importância do tempo livre, principalmente se, nesse momento, houver uma faxina no cérebro, deixando-o livre de interferências, focando apenas em uma atividade por vez, e que esta seja a mais importante, criativa e produtiva possível.


Julgar o tempo consigo mesmo um tédio chega a ser assustador. A partir de agora, lembre-se do quão valoroso o ócio é, de como podemos transformar a nossa vida e o mundo inteiro nesses momentos. Não permita que esse espaço tão importante seja desperdiçado com coisas tão fúteis. Comece varrendo do seu dia todas as banalidades. Planeje o seu tempo ocioso. Crie! Divirta-se! Evolua!


Publicado originalmente em minha coluna na Revista Statto.


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