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Carta de uma protagonista

Atualizado: 23 de abr. de 2023

Olá!

Meu nome é Beatriz e, antes de mais nada, é muito bom saber que você está lendo o meu depoimento. Espero que ele te faça refletir e agir sobre a própria vida, espero que ele contribua para a construção da sua história.

Acho que nada melhor para começar do que a profunda frase que aprendi com um mestre na escola:


A escolha é sua, as consequências também.

Isso ecoa nos meus ouvidos nos momentos decisivos. Às vezes, olho para os lados, procuro alguém para me livrar da difícil decisão, mas como um fantasma do bem, sinto a presença daquele mestre me ladeando e suas palavras me "forçando" a decidir. Afinal, a vida é minha. Quem melhor do que eu para escolher meus próximos passos?


Tenho trabalhado em meus sonhos, convertendo os principais em projetos vitais. Resolvi assumir o controle da minha vida, assumir o leme antes de me embrenhar de vez no mar vasto e profundo.


Já tenho alguns projetos de vida. Alguns até já realizei. Sinto-me feliz e orgulhosa por isso, principalmente quando me lembro de quem um dia fui: descrente em mim mesma, alguém que vivia apenas o que a vida oferecesse, nada além disso.



Criei o hábito de reservar momentos para encontros comigo mesma. Viajo nesse diálogo profundo, sem pressa, sem pressões. Lá, encontro uma personagem reservada, que não costuma sair às ruas, e que é dona dos melhores conselhos. Não me canso dessa conversa, de descobrir algo novo sobre mim todos os dias, de saber o que antes eu não sabia sobre alguém tão importante: eu mesma.


Reservo espaços em minha agenda para exercitar a convivência com pessoas próximas, mas também com pessoas desconhecidas e algumas com as quais nem simpatizo tanto. Essa atitude me ajuda a praticar a humildade, o respeito à diversidade, o perdão, o controle da parte sombria do meu ego.


Sim, eu não sou perfeita, tenho consciência disso e isso me fortalece. Se alguém tenta me atingir com esse fato, não me desequilibro, pois estou em paz com essa verdade descoberta nos momentos de introspecção.


Para ser sincera, descobrir isso foi libertador e abriu as portas para melhorias contínuas em minha vida. Vivo em busca de ser uma pessoa melhor. Tenho conquistado isso diariamente, felizmente.


Ainda erro bastante - e sei que continuarei errando. A grande diferença é que fui apresentada à resiliência. Se caio, procuro me levantar e descobrir os motivos da minha queda. Sigo fechando cada brecha. Não porque quero ser perfeita, mas porque não gosto de continuar caindo.


Aprendi a fazer escolhas, a assumir a responsabilidade por elas. As consequências, boas ou ruins, são minhas, preciso aceitá-las.


Às vezes, encontro amigos e amigas que estão passando por problemas gravíssimos para os quais não tenho solução. Contudo, sei o valor da solidariedade, pois já fui aquecida por ela em dias de frio congelante. Se não posso resolver, ao menos posso me colocar como parte da solução dos problemas.


Confesso que a vida de uma protagonista não é fácil. Tenho autonomia para decidir e fazer, mas preciso sempre conviver com a responsabilidade dessas escolhas.


Mas prefiro assim. Já não me acostumo com a ideia de ser governada por alguém que não seja eu mesma. Não sou um fantoche. Os desejos dos outros nem sempre são compatíveis aos meus.


Assim como disse Alice, quando viajou à Wonderland,


Esse sonho é meu e a partir de agora eu faço o que quiser com ele.

Essa vida é minha, de mais ninguém. Compartilho momentos com outras pessoas, compartilho ideias, problemas, soluções, objetos, mas a vida é minha, só minha.


Sei que o protagonismo traz suas dificuldades, mas também me dá liberdade, emancipação.


Minha jornada rumo ao protagonismo é constante. Aprendo sempre algo novo. Ponho-me sempre a redesenhar minhas trajetórias com finais nada felizes. Vou cultivando meus valores e premissas, combatendo minhas limitações, tornando-me competente.


Na verdade, possuo várias competências e com elas movo as habilidades certas para solucionar diversos problemas da vida real. Isso também conquistei no protagonismo, quando descobri que preciso estar preparada para encarar os desafios do nosso século.


Hoje, após ter concluído o meu Ensino Médio, percebo que levarei minha educação para a vida. Cada conselho, cada pedacinho de conhecimento, cada descoberta, cada lição, explícita ou implícita, tudo isso estará comigo.


Tive a sorte de ter uma escola onde a pedagogia da presença estava impregnada em cada ação, em cada olhar, em cada fragmento de tempo. Fui presenteada com pessoas que contribuíram para que eu me mantivesse firme em meu projeto de vida. Aproveitei toda essa energia, toda essa aprendizagem.


Antes que me ache perfeita, saiba que cometi muitos erros. Sou errante confessa. E você? Não tenho vergonha disso. Para cada ação não exitosa fiz um redesenho. A vida é esse redesenhar permanente. Em algum momento encontraremos os traços certos, os nossos contornos mais caprichados.


Posso dizer que eu SOU, eu FAÇO, eu CONHEÇO, eu CONVIVO, mas aprendo novas maneiras de ser, fazer, conhecer e conviver diariamente.


Não é a minha intenção converter você ao protagonismo. Quero apenas compartilhar minha história. Afinal,


A escolha é sua, as consequências também.

Sinta-se acolhid@ por mim.


Beatriz.


Texto: Robison Sá.

PS.: Caso queira saber mais sobre Projeto de Vida e Protagonismo, conheça o meu livro Arquitetos de Vidas: como converter sonhos em projetos e projetos em realizações.


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